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sábado, 17 de novembro de 2007

POESIAS PARA O NATAL E ANO NOVO


NATAL

Alfredo Teixeira

O berço de Belém! Grata esperança
Nasceu ali a toda humanidade,
Com os sinais seguros de bonança,
Em meio de terrível tempestade.

Oscilavam do mundo os fundamentos;
Toda ordem social se esboroava;
Satã via cumprido seus intentos;
O homem no pecado naufragava.

Mas o Cristo nasceu! A débil mão
Que se move naquela estrebaria,
Procurando a humana proteção,
O aconchego do seio de Maria,

É a mesma poderosa mão divina
Que os astros espalhou pelo infinito.
Tornou-se, agora, tenra e pequenina
Para atender do pecador o grito.

Berço bendito! Berço que encerra
Da humanidade a plena redenção!
“Glória a Deus nas alturas, paz na terra!”
Eis a tua simpática missão.

Antes e após de ti, berços mil
Tem surgido, mas tu não tens rival;
De ti, sem ti, não logram um ceitil;
Nascem muitos, porém há´um só Natal



NASCEU JESUS

Jesus nasceu! Na terra há vozes de harmonia!
Há no espaço, a vibrar, uma alegria santa;
Um coro divinal! Que linda sinfonia!
A natureza em festa com fervor descanta!

Jesus nasceu! Ouvi o majestoso tema
Da celestial canção:”Glória in excelsis Deo!”
Paz e redenção – eis o luminoso lema
Daquele que é o caminho certo para o céu.

Jesus nasceu – cumpriu-se antiga profecia!
Anjos ridentes cantam perenal hosana
A Cristo, o Rei dos reis, ao Filhos de Maria,
Que trouxe a salvação que só de Deus promana.

Atal! Feliz Natal! Viveiro de emoções!
O teu programa tem a inspiração de cima
E faz de todos nós pulsar corações
De regozijo santo e inspiradora rima.

(Extraído da revista Brado de Guerra, dezembro de 1966.)


FELIZ NATAL

Jonathas Braga

Foi em Belém, naquele dia,
Quando uma estrela apareceu
Que, em cumprimento à profecia,
Jesus nasceu!

Tudo era tão viva poesia,
E anjos cantavam pelo céu,
Como a dizer com alegria:
Jesus nasceu!

E ele, na pobre estrebaria,
Olhando em torno o povo seu,
Qual novo sol resplandecia!
Jesus nasceu!

Feliz Natal o desse dia,
Quando uma estrela apareceu
E disse ao mundo, entre alegria:
Jesus nasceu!


NA HUMILDE MANJEDORA DE BELÉM

Lucas 2: 1-20
Jonathas Braga

Enfim outro lugar não mais havia,
Senão a pobre e humilde estrebaria,
Onde o casal, solícito, pousou...

Ouviu-se um eco de trombetas vária
E, pelas célias plagas solitárias,
Grandiosa estrela, súbito, brilhou!

Algumas zagais, na estrela o olhar fixando,
Deixam os seus rebanhos repousando
E vão depressa em busca de Belém...

E ali, no feno, em seu fulgor divino,
Vão encontrar, enfim, o pequenino,
A quem a virgem, com amor, sustém.

Quanta humildade existe nesse canto
E ao mesmo tempo, que divino encanto
Se pode ver em torno de Jesus!

Ele os olhitos volve para o teto
E o seu olhar insonte e circunspecto
É para os pobres que derrama luz.

É para os pobres que ele tem nascido,
Porquanto o tem os ricos esquecido
E nem equer o buscam conhecer.

Toda a humanidade que a Jesus circunda
Os corações dos míseros inunda
Como um clarão divino de poder!

E, enquanto tem os príncipes toucados
E vestem sedas, linhos brocados,
Jesus apenas pobres palhas tem...

Onde, porém, existe mais poesia
Do que esse poema que enche de alegria
A manjedoura humilde de Belém?


ANO NOVO

Jonathas Braga

Ano novo, nova vida
Que o Senhor dos céus nos dá!
Toda Veiga está florida,
Todo campo verde está:
Tudo aspira nova vida
Que o Senhor dos céus nos dá!

O Ano Velho tem passado,
Para nunca mais voltar!
O seu pranto tem cessado,
Para nunca mais tornar,
Que o ano Velho tem passado,
Para nunca mais voltar!

Tudo agora é novo, tudo
Numa nova vida traz!
Dediquemos ao estudo
Nosso tempo e nossa paz,
Pois agora é novo tudo,
Que uma nova vida traz!

Ao altíssimo imploremos
Muitas bênçãos celestiais,
E louvores mil lhe demos
Pelo Ano Novo que traz,
E, contritos, lhe imploremos
Muitas bênçãos celestiais!


ANO NOVO

Stela Câmara Dubois

De cada dia a aurora renovada
Rompe da noite os negrejantes véus;
Sobre tufões, soalheiras e escarcéus,
A primavera surge, transformada.

Rejuvenesce a árvore, enflorada;
Após as nuvens, se clareiam os céus;
E só se apossa o heróis do seus troféus
Sobre as ruínas da luta encarniçada!

O Ano Novo tem asas de esperanças!
Trajado vem com as vestes das bonanças,
Que algemas quebram e anulam desenganos,

Para gritar, por vezes repetidas:
Fazei, dentro das vidas, novas vidas,
Dentro dos anos, outros novos anos!


ANO NOVO

Mário Barreto França

O ano que é findo
Se vai despedindo,
Chorando e sorrindo,
Por mal ou por bem;
Mas... velho ou criança,
A mesma esperança
Alegre descansa
No ANO QUE VEM.

O mundo emotivo
Procuram um motivo,
Mais íntimo e vivo,
De amar e de crer;
Por tudo o que espera
Com alma sincera,
Feliz primavera
Na vida há de ver.

Se o ano que nasce
Reflete na face
O encanto fugace
De um raio a luzir;
Não veja desgraça
No ano que passa,
Mas toda essa graça
De um róseo porvir.

Ó Cristo, consente
Que a vida da gente
Te seja um presente
De consagração;
E, assim, no ANO NOVO,
Mais justo, o teu povo
Se faça renovo
De paz e perdão.


O ANO QUE CHEGA

Mário Barreto França

Mais um ano que chega e outro que passa,
Num misto de ventura e de saudade;
Suplica-se do céu divina graça
E o gozo de servir ao peito invade...

De joelhos em terra, a humanidade espera
Do derradeiro instante do ANO VELHO,
Há sempre confissões, na mais sincera
Vontade de viver para o evangelho...

E quando, ao som de um cântico sagrado,
Saúda-se o raia de um ANO NOVO,
Sobe a Deus, penitente do pecado
E em místico louvor, a alma do povo

Essa ingênua alegria das crianças
Enfeita o coração da gente pobre,
Que fica colorido de esperanças
E de bondade se ilumina e cobre.

ANO VELHO que vais, boa viagem!
ANO NOVO que chegas,sê bem-vindo,
Para encher a alma humana de coragem,
Para o mundo tornar mais justo e lindo!

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Bete